Por Liks
Essa história aconteceu lá pelos meados de 2005. Na época, eu trabalhava no centro, mais precisamente no São Francisco, logo aos fundos do cemitério municipal. Pegava o ligeirinho Centenário para ir trabalhar. Uma vez ou outra pegava o bonde com algum conhecido, mas meio raramente. O Gordo então nem sonhava encontrar numa hora dessas, pois saía de casa lá pelas 8:00hs da manhã, hora provável dos cochilos iniciais do Gordo. Mais eis que um dia aconteceu de rolar mais um conto da Skina. Um dia encontro o Gordo no terminal. Ele com uma pastinha na mão, um casaco de inverno meio cor de vinho e uma touca! Não era um visu exemplar para se procurar emprego, mas já que era inverno tudo bem. Na pastinha, currículos. Ele, já cedo, fumando horrores e exalando cigarro e tossindo muito. No bus, papo vai papo vem. Descemos na Marechal e fomos caminhando na direção do Colégio Estadual. Ele se queixando que não estava muito bem do estômago e tal. Ao lado do Estadual, ele começa a tossir forte, pára e começa a escarrar. Do escarro veio o vômito. Eu quase não acreditava! Umas 8 e pouco da manhã e o cara já vomitando? Em pleno centro? Muita gente passando na rua e ele vomitando. Passou a erupção estomacal e continuamos a caminhar. Já depois do Muller, o Gordo me fala que nem sabe o nome da pessoa que ele tem que procurar. Pensei comigo: "Putz, interesse zero no emprego. Nem sabe com quem é a entrevista." Já passando o cemitério, chegamos num local que cada um ia pegar um rumo. Aí ele soltou essa na despedida: "Ah, tomara que nem dê certo. É muito longe." Acordar cedo, vomitar e praticamente desistir do trampo? Não tem preço!